O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi elaborado há 18 anos e só agora sai do papel para ser adotado a partir do ano que vem. O objetivo dessa reforma é sincronizar a ortografia de todos os países que falam português, acabando com as diferenças existentes entre eles.
Esse acordo atinge todos os países da Comunidade de de Países de Língua portuguesa, e já foi ratificado por Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Os demais países que ainda não ratificaram o acordo, na teoria, não fazem muita diferença e serão obrigados a usar o nova ortografia, uma vez que basta a assinatura de três integrantes da comunidade para se adotar uma mudança.
No Brasil, a partir de 2009, será adotada a nova ortografia e, entre 2010 e 2012, será o período de transição, onde tanto a ortografia antiga quanto a nova serão aceitas e, a partir de 2012, somente a nova ortografia será aceita.
Mudanças da nova reforma
ortográfica
As
mudanças previstas pelo Novo Acordo Ortográfico, assinado pelos países lusófonos
em 1990, começam finalmente a vigorar, em tese.
A mídia
de certo modo o apresenta como uma unificação da língua portuguesa, entretanto,
essa reforma não interfere na língua, visto que nem poderia, pois ela não é
passível de alterações por decretos, leis e acordos, portanto, o Novo Acordo
apenas unifica a ortografia. Assim, a língua permanece a mesma, o que muda é a
ortografia de algumas palavras, isto é, a maneira de grafar algumas delas.
Dentre os
objetivos da mudança na ortografia está a intenção de melhorar o intercâmbio
entre os países que falam a língua portuguesa; reduzir os custos financeiros
com a produção e tradução de livros; facilitar a troca bibliográfica e
tecnológica; aproximar os países de língua portuguesa.
Para os
brasileiros as mudanças que ocorreram são poucas e atingem algumas regras de
acentuação das palavras e de uso do hífen.
ACENTUAÇÃO
A)
O TREMA deixa de ser usado:
Palavras
como lingüiça, cinqüenta e tranqüilo passam a ser escritas como linguiça,
cinquenta e tranquilo;
B) Não se
acentua mais com acento circunflexo as duplas OO e EE:
Palavras
como enjôo, vôo, lêem e crêem passam a ser escritas como enjoo, voo, leem e
creem.
C)
Os ditongos abertos ÉI e ÓI das
palavras paroxítonas deixam de ser acentuados:
Palavras
como idéia, platéia, paranóico e jibóia passam a ser escritas como ideia,
plateia, paranoico e jiboia.
D)
Quando precedidos de ditongo, nas palavras paroxítonas, o acento agudo no I e
no U tônicodeixam de existir:
Palavras
como feiúra e baiúca passam a ser escritas como feiura e baiuca.
E)
Não se acentua mais as formas verbais do U
tônico precedido
de G ou Q e seguido de E ou I:
Palavras
como averigúe e apazigúe passam a ser escritas como averigue e apazigue.
F)
O acento agudo ou circunflexo usado para distinguir palavras paroxítonas que são homógrafasdeixa de existir, portanto,
deixam de se diferenciar pelo acento:
·
para
(verbo parar);
·
para
(preposição);
·
pela
(substantivo e flexão do verbo pelar);
·
pelas;
·
polo;
·
pelo
(flexão de pelar);
·
pelo
(substantivo);
·
pera
(substantivo, fruta);
·
pera
(substantivo arcaico, pedra, e pera, preposição arcaica).
HÍFEN
O hífen é
um sinal de gráfico mal sistematizado na língua portuguesa e, para isso, o Novo
Acordo tentou organizar seu uso com regras que tornam mais racional e simples a
sua utilização.
Nas
palavras formadas pelo processo de prefixação, só se usa o hífen quando:
·
O segundo
elemento começa com h: super-homem, subhumano;
·
O prefixo
termina em vogal e o segundo elemento começa com a mesma vogal: micro-ondas,
auto-observação;
·
O prefixo
é pré-, pró-, pós-: pré-fabricado, pós-graduação, pró-reitor;
·
O prefixo
é circum- ou pan- e o segundo elemento começa com vogal, h, m ou n:
circum-mediterrâneo, pan-helenismo, pan-americano.
Não há hífen quando:
·
O segundo
elemento começa com s ou r, assim, essas consoantes deverão ser duplicadas:
antirrugas, antissemita, minissaia, microssistema.
·
Quando
prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:
antiaéreo, hidroelétrica, autoescola, extraescolar.
OS CASOS DAS
LETRAS K, W, Y
As letras
k, w, y agora estão incluídas em nosso alfabeto, que passa a ter 26 letras. O
Acordo apenas estabeleceu a sequência delas na listagem alfabética, logo, o k
vem após o j, o w depois do v e o y após o x.
LETRAS
MAIÚSCULAS
O uso
obrigatório das letras maiúsculas foi simplificado, portanto, elas se
restringem:
·
A nomes
próprios de pessoas, lugares, instituições e seres mitológicos;
·
A nomes
de festas;
·
À
designação dos pontos cardeais;
·
Às
siglas;
·
Às letras
iniciais de abreviaturas;
·
E aos
títulos de periódicos (jornais).
Agora é
facultativo usar a inicial maiúscula em nomes que designam áreas do saber
(português, Português), nos títulos (Doutor, doutor Silva; Santo, santo
Antônio) e nas categorias de logradouros públicos (Rua, Rua do Sorriso), de
templos (Igreja, igreja do Bonfim) e edifícios (Edifício, edifício Paulista).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOREQUE,
Fernanda Odilla Flávia. Governo adia novo acordo
ortográfico para 2016. Folha
de S. Paulo, Brasília, 20 dez. 2012. Disponível em: <
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1204152-governo-adia-novo-acordo-ortografico-para-2016.shtml
>. Acesso em 11 mar. 2013.
FARACO,
Carlos Alberto. Novo Acordo Ortográfico. Disponível em: <
http://www.parabolaeditorial.com.br/downloads/novoacordo2.pdf >. Acesso em
11 mar. 2013.
SANTOS,
Vera Lúcia Pereira dos. Novo Acordo Ortográfico. Disponível em: <
http://sejaetico.com.br/index.php>. Acesso em 11 mar. 2013.